Após reunião geral com os clubes sócios com natação pura, tida no passado dia 28 de abril, onde estiveram a maioria dos clubes presentes, várias diligências foram tomadas para que fosse possível regressar às competições em Lisboa, de forma segura e respeitando as normas instituídas pelo governo e a Direção Geral de Saúde, bem como, os limites e especificidades de cada uma das instalações capacitadas para receber competições.
Tal como havida acontecido em reunião de setembro passado, também nesta foram explicadas todas as limitações com que a ANL se tem deparado para calendarizar um quadro competitivo regular desde o início da pandemia, mesmo em períodos com menores restrições como o do último confinamento. Existem limitações de capacidade dos espaços aquáticos, que impossibilitam competições como a ANL estava habituada a organizar até à pandemia, colocando um problema grave de equidade de tratamento entre todos os clubes, pois agora já não é possível organizar competições com o número de participantes que cada escalão possui (entre 200 a 300 por escalão).
Os clubes são conhecedores dessas limitações, e soluções para os diversos problema foram discutidos, com o objetivo de encontrar um modelo equilibrado no que respeita aos custos inerentes às organizações das competições, mas que de uma forma mais inclusiva a ANL pudesse proporcionar competição aos seus atletas filiados.
Da discussão construtiva tida, foi atingido um acordo de coorganização, que possibilita criar vários momentos competitivos por vários espaços aquáticos, sendo que de imediato ocorreu o primeiro, no passado dia 9 de maio na Piscina de Santo António dos Cavaleiros, coorganizado entre a Gesloures e a ANL.
No fim de semana seguinte, de 15 e 16 de maio mais dois momentos foram coorganizados, pela ANL desta feita com o Sporting Clube de Portugal e com a Fundação Salesianos. O sucesso ou as falhas destas organizações ditarão o que virá a seguir. Outros clubes já mostraram interesse no modelo e vontade de poder organizar nas suas piscinas momentos competitivos para os atletas, numa parceria que resulta não só em vantagem para o clube que recebe, mas também para aqueles que o visitam, cabendo pois à ANL organizar/distribuir os participantes em função das limitações próprias de cada infraestrutura, e obedecendo a um critério de aplicação de equidade de oportunidades à população federada.
Porque o início da nova época 2021/2022 não será ainda em regresso à normalidade como a conhecíamos, é necessário que este modelo funcione para que todos possam beneficiar. Mas também é necessário que todos os clubes com equipas federadas e planos de água de competição colaborem neste modelo, que poderá ser a única solução para a natação de Lisboa ainda por vários meses.
Mas este modelo também só resultará, se todos os intervenientes não esquecerem que vivemos em tempos de pandemia do vírus SARS-COV-2, que implica o cumprimento de um conjunto de regras regulamentares e cívicas em prol da Saúde Pública (a de todos), e que cada um tem a responsabilidade de as cumprir e as fazer cumprir, para que a natação não seja nem a causa de novo período de confinamento geral, nem um alvo de restrições ainda mais apertadas que inviabilizem a continuidade da atividade.
Os prejuízos causados pela pandemia à natação nacional, em particular nos escalões de formação, levarão vários anos a recuperar, e se é possível ver a luz ao fundo do túnel, não podem os próprios agentes desportivos (clubes/associações/dirigentes/treinadores/atletas) serem aqueles que possam contribuir para o erguer da parede que tape essa luz. O equilíbrio é possível, mas com atitudes responsáveis e ponderadas.